Tuesday, January 29, 2008

Bonne voyage Benjamin!

I met Benjamin shortly after my arrival in Timor. One always remembers so well when certain person arrives to ones life. I remember the conversation by the pool about the affinities of Europeans and how we felt Europeans more than French and Portuguese, though he had lived most of is life in Canada. We chattered using several languages, but always ended up in English with our foreigner accents. When we called each other it always started with: - Comment ça vá?” three more sentences in french and my vocabulary somehow turned to English. He was pleased by my effort to speak in French and I very upset for forgetting everything that I had learned.
Benjamin is a teaser; he always says something bombastic and run. He often mocked the Portuguese and the colonialist way. And we could see there was nothing of disrespectful or offensive. We teased, laughed, danced, sang, and prized the value of life and nature, hugged ...in the end we had a magnificent time! We were four foreigners in another people’s land. People come and go but can never be replaced.

Benjamin left Timor with no intention to come back! Benjamin is one the faces that belongs in my life here in Timor. I miss him already.

Tuesday, January 15, 2008

Um Sábado em Dili!

Num ritmo e tempo diferente vivo os meus dias de trabalho e o meu ócio. Num país onde não há nada, mas onde há, na verdade, tudo, escolho o sítio onde vou tomar o pequeno-almoço num sábado de manhã. O sol espreita timidamente. Calmamente, no City Café, tomo o meu café timor, ultra amargo, e a torrada de pão caseiro. Tento ler trechos de um livro sobre a evolução do Homem. Mas a rua é mais apelativa e eu olho os timorense que passam e tentam vender pequenos nadas. Olho para a sua tez escura e feições asiáticas, as roupas andrajosas e os pés descalços ou calçados com velhos chinelos. Olham para nós com olhar que não sei decifrar. Os malae tentam ignorar, dizem não, voltam a cara, disfarçam, até que o timorense aborrecido mas resignado vira costas. Os passeios são amontoados de terra e lixo. E lá vão eles com os seus pequenos nadas. A mana Catarina chega hoje da sua viagem pela Indonésia, Tailandia, Cambodja e Malásia com muitas peripécias para contar. Vou apanhá-la ao aeroporto cheia de vontade de me reencontrar com ela. A manhã vai-se compondo e eu passeio de carro pela marginal até casa do Dudi para visitar o Óscar. Visito a Fernanda que está doente e embrenho-me numa longa conversa com os presentes na sala, até à inevitável hora da partida, já muito atrasada para estar a tempo no aeroporto. Conto com o habitual atraso da Merparti.
E ali, entre o sol e a chuva, no meio da multidão que espera quem chega, aguardo pela Catarina. O inevitável abraço apertado surge quando nos encontramos, assim como os muitos sorrisos e olhares de cumplicidade de quem tem tanto para contar.

2007... do que me lembro!

Chegado o novo ano faço como habitualmente uma revisão dos momentos que mais me marcaram. Assola-me à memória a morte da minha avó e da minha prima com todos os rituais inerentes ao momento.
Mas do que me lembro, do que me lembro...
Lembro-me de estar deitada num parque em Barcelona num fim de tarde soalheiro, a ouvir uma banda desconhecida enquanto as minhas pernas serviam de travesseiros ao José e ao Rodolfo. Lembro-me dos jantares de sexta-feira à noite no japonês com o Rui Lima em que nos riamos desalmadamente.
Lembro-me de estar deitada na minha prancha à espera da onda.
Lembro-me do nascimento do Francisco e da emoção da Rosana com o seu filho nos braços. Lembro-me dos mil abraços que dei à minha irmã e dos nossos pequenos almoços.
Lembro-me das caminhadas ao por do sol de mão dada com o José.
Lembro-me do chá das cinco com a Mafalda e com o Alexandre.
Lembro-me do meu último almoço em Lisboa e do adeus rápido da minha irmã no aeroporto. Lembro-me dos telefonemas de boa sorte.
Lembro-me da voz da minha mãe nos seu telefonemas diários.
Lembro-me das lágrimas do meu pai e lembro-me da boa sorte que me desejou minutos antes de eu ter entrado no avião.
Lembro-me do meu olhar desencantado quando cheguei à ilha, do cansaço e da pouca expectativa.
Lembro-me da noite em que conheci a mana Cata. Lembro-me do seu olhar perscrutador sobre mim, da sua voz calma e pausada.
Lembro-me do dia em que um homem entrou no business center e perguntou se alguém tinha visto o seu USB. Ele mesmo num primeiro jantar mandou vir uma lua cheia deliciosa e um mar aos nossos pés. E nos meses que se seguiram entre as risadas, as conversas, os jantares, a troca de livros e o silêncio enquanto se olhava a natureza vivemos felizes uma nova amizade num país em construção.